Confissões – Livro da Idade Média que permanece eterno
Um livro que nos inspira a refletir com profundidade sobre diversos assuntos e que foi escrito entre os anos 397 e 400.
- Categoria: Literatura
- Publicação: 09/01/2025 19:42
- Autor: Professor André Cisi
Trata-se
da obra Confissões, de Santo Agostinho, também conhecido como Agostinho
de Hipona, pois tornou-se Bispo desta cidade localizada na Argélia – a atual
Annaba.
Agostinho
nasceu em Tagaste, também na Argélia no ano de 354 e concluiu sua missão
terrena em 430 em Hipona.
Sobre
Confissões, que na verdade é uma obra dividida em vários livros. No livro I,
intitulado “A Infância”, tem um subtítulo que desperta a atenção do
leitor: “Relutância em Estudar”, aí Agostinho escreve:
“Não
gostava do estudo e tinha horror de ser a ele obrigado”.
Na
sequência o famoso filósofo da igreja confirma que os estudos que lhe aplicavam
não tinham outra finalidade, que seria saciar os insaciáveis desejos de
opulenta miséria e ignominiosa glória.
Santo
Agostinho foi, não apenas um grande estudioso que eternizou maravilhosas obras
para a humanidade e sua história, como ficou marcado como um pensador
(filósofo) de elevado quilate e que auxilia em muito a maneira de pensar e
encarar a vida, desde seus tempos até o presente momento.
Quantos
há e quantos houveram, como ele, que criaram e nos deixaram ricos legados, mas,
que de alguma maneira, relutaram em estudar e até tiveram aversão à escola e
aos estudos?
Um
ponto para reflexão após leitura e releitura do texto agostiniano é associar
estudo como forma de castigo, obrigação e algo desagradável, mas, que de certa
maneira contribuiu para forjar e moldar o espírito. Deixa subentendido que o
conhecimento liberta, ainda que para abrir as portas dessa gaiola, antes são
necessários esforços e sacrifícios. Eis como o capítulo é finalizado:
“Para
aprender é mais eficaz uma curiosidade espontânea do que um constrangimento
ameaçador”.
Pensamento
tão atual e tão verdadeiro para a relação ensino-aprendizagem em todas as
épocas da humanidade.
Sobre
Felicidade Agostinho afirma:
“Nunca
vi, nem ouvi, nem cheirei, nem gostei, nem apalpei a alegria com os sentidos
corporais. Simplesmente a experimentei na alma, quando me alegrei. (...) Todos,
absolutamente todos, querem ser felizes. Se não conhecêssemos a vida feliz por
uma noção certa, não a desejaríamos com tão firme vontade”.
Sobre
o tempo:
“Que
é, pois, o tempo? Quem poderá aprendê-lo, mesmo só com o pensamento, para
depois nos traduzir por palavras o seu conceito? Se ninguém me perguntar, eu
sei; se quiser explicá-lo a quem me fizer a pergunta, já não sei. (...) se nada
sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se nada houvesse, não existiria o
tempo presente”.
Magníficas
reflexões do bispo e filósofo, Aurélio Agostinho de Hipona, que também escreveu
Cidade de Deus.