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Análise do Filme Veludo Azul

Clássico de David Lynch
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 18/01/2025 00:39
  • Autor: Ricardo Corsetti
"Eu nunca tomei Heineken. R: Já eu, adoro Heineken, a rainha das cervejas". Apesar da propaganda involuntária e gratuita que aqui faço, sou obrigado a concordar com o protagonista de "Veludo Azul" (1986), oh coisinha amarga e deliciosa, rs. Devaneios à parte, impossível não ter vontade de rever uma das obras máximas de David Lynch (1946-2025) que ontem partiu, infelizmente, aos 78 anos, deixando todo e qualquer verdadeiro cinéfilo, um pouco órfão. Em seu primeiro filme de grande orçamento, Lynch utiliza (condensa) brilhantemente, elementos do surrealismo, de forma acessível e palatável ao grande público e sem precisar, em nenhum momento, abrir mão da qualidade artística. Em "Veludo Azul", Lynch utiliza também, uma estrutura de filme Noir, mas o faz a seu modo e com muita personalidade, sem dúvida. A propósito, se inicia aqui, sua longa parceria com a grande Laura Dern (sua principal musa ao longo de sua filmografia). Isabella Rossellini, belíssima e esbanjando, charme e talento, também é peça fundamental ao êxito do filme. Destaque ainda para a impagável participação do porra-louca mor Dennis Hopper (1936-2010), como o tenebroso e, ao mesmo tempo divertidíssimo vilão "Frank". Obs: interessante a forma como Lynch, 13 anos antes de "Beleza Americana" (1999), por exemplo, já utilizava cores quentes e muita beleza cenográfica, para demonstrar que, por trás das aparências, existia/existe muita podridão subterrânea no "american way of life". A trilha sonora, a começar pela inesquecível canção-tema (cantada por Bobby Vinton, 1963)e também pela ótima "In Dreams" de Roy Orbison, é um show à parte. É, como diria a doce personagem, vivida por Laura Dern: "É mesmo um mundo muito estranho", este de "Blue Velvet"; mas maravilhoso e inesquecível também