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Necessidades e crimes: o drama de idosos japoneses

País vê aumento de furtos e roubos aumentar consideravelmente por faixa etária
  • Categoria: Politica e Sociais
  • Publicação: 17/04/2025 16:16
  • Autor: Amauri Gomes


A crise de baixa natalidade no Japão vêm gerando consequências ao longo dos anos, e isto está causando outro problema vinculado ao social: o roubo e furto famélico, quando uma pessoa em desespero pratica este tipo de crime para se alimentar.


Conhecido por baixos índices criminais e em sua grande maioria sem uso da violência física, a terra do sol nascente viu ao longo dos últimos anos as estatísticas deste tipo de infração penal saltarem de 5% em meados dos anos 90 para cerca de 20% segundo fontes ligadas a Agência Nacional de Polícia do Japão, com cerca de 40% sendo causada por idosos, o que corresponde a quase o dobro de uma década atrás.


Problemas financeiros de tal público devido a valores de aposentadoria que não comportam o alto custo de vida na sociedade japonesa, tem levado estas pessoas a partirem para estas atitudes por não conseguirem se auto sustentarem, ao serem abandonados na velhice pelas suas próprias famílias. Dados da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - registram que ao menos 20% da população japonesa com idade superior a 65 anos, vivem na pobreza.


Cenário


O índice de reincidência é alto, pois os praticantes veem em plena prisão como o único meio de sobreviverem. Diante do problema, o governo local tem oferecido cursos para os funcionários das penitenciárias voltadas para abrigar presos de crimes não violentos e assim tratar de idosos, além de investimentos em equipamentos específicos e adaptáveis a esta faixa etária a partir dos 60 anos.


Além disto, têm também convertido impostos em subsídios para empresas como incentivo a fim de que estas criem vagas específicas para estas pessoas conseguirem aumentar as suas rendas.


Porém, não se notam medidas para aumentar os seus benefícios, considerando que estas em grande parte não reúnem condições para trabalhar devido as suas limitações físicas impostas pelo tempo, o que gera um grande contradição com a bandeira de ¨preocupação com a população¨.






Reintegração


Quando ocorre o cumprimento de pena para volta a sociedade, muitos ex-detentos não conseguem continuar devido a não terem qualquer rede de apoio, gerando assim uma volta aos delitos. O Ministério da Justiça local vêm implementando medidas para auxílio a via independente pós-cárcere, mas os resultados são até o momento incertos, com impedimentos de escassez de recursos e idade avançada dos alvos para a ressocialização.


Consequências


A pena atual para estes delitos chegam a até 2 anos de reclusão e apesar de na maioria os detentos serem do sexo masculino, há também um número grande de mulheres, onde a solidão junto a fome se tornam um fator de grande desiquilíbrio, vendo a própria detenção como um último refúgio para a própria sobrevivência.