Luz artificial e lúpus: como lâmpadas e telas podem agravar os sintomas da doença
Especialista alerta que exposição a luzes artificiais pode desencadear crises em pessoas com lúpus; cuidados simples podem reduzir riscos
- Categoria: Saúde
- Publicação: 08/05/2025 19:26
- Autor: Ana Carolini Lima

Embora o sol seja amplamente
reconhecido como um fator de risco para quem vive com lúpus, uma forma menos
conhecida, porém relevante, de exposição à luz também pode trazer consequências
importantes: a luz artificial. A exposição prolongada a lâmpadas e telas de
dispositivos eletrônicos pode agravar os sintomas da doença autoimune,
impactando diretamente a qualidade de vida.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico
(LES) é uma doença autoimune em que o sistema imunológico, que normalmente
protege o organismo contra ameaças externas, passa a atacar os próprios tecidos
e órgãos do corpo. Essa condição pode afetar diversas partes do organismo, como
as articulações, a pele, os rins, o sangue, o cérebro, o coração e os pulmões.
Trata-se de uma enfermidade grave que, se não for tratada adequadamente, pode
ser fatal.
Estima-se que cerca de 150
mil a 300 mil brasileiros convivam com o lúpus. A doença atinge pessoas em
qualquer idade, porém as faixas de 20 e 45 anos são os mais afetados, segundo
dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
A luz artificial como gatilho silencioso
A maioria das pessoas com
lúpus sabe da necessidade de evitar a exposição solar direta. No entanto, o que
muitos desconhecem é que a exposição prolongada a luz artificial, como lâmpadas
e telas, também pode provocar reações semelhantes às causadas pela radiação
ultravioleta do sol.
"A exposição contínua à
luz artificial pode atuar como um gatilho inflamatório para o paciente com
lúpus, principalmente quando essa exposição ocorre sem proteção adequada”,
explica a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg.
Segundo a especialista,
pessoas que trabalham em escritórios com iluminação intensa ou passam muitas
horas diante de computadores, celulares ou televisores devem tomar precauções.
"O uso de filtros protetores para telas, roupas com fator de proteção UV e
filtros solares mesmo em ambientes fechados pode ajudar a prevenir surtos da
doença", recomenda Goldenstein.
Além de medidas físicas, como
o uso de óculos com proteção contra luz azul e a escolha de ambientes com
iluminação mais suave, é importante que as pessoas sejam orientadas por seus
médicos a reconhecerem os sinais precoces de crise desencadeada por exposição à
luz. Os sinais da doença podem se manifestar de
diversas formas. Os mais comuns incluem sensação de fadiga, febre baixa,
redução do apetite e emagrecimento. A reumatologista Cláudia Goldenstein
Schainberg acrescenta que, além desses sintomas, podem surgir alterações na
pele, dores articulares acompanhadas de inchaço e dificuldades respiratórias.
"É fundamental que o
acompanhamento médico leve em conta o estilo de vida do paciente e oriente
sobre como adaptar seu cotidiano para reduzir riscos, inclusive dentro de casa
ou no trabalho", afirma Cláudia.
A conscientização sobre o
impacto da luz artificial no lúpus ainda é recente, mas ganha cada vez mais
atenção e investigação.
Sobre a Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg
Com uma ampla experiência na
área da saúde, Dra. Cláudia é graduada em Medicina pela Universidade Federal da
Bahia e possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Fez
também especialização em Reumatologia no Canadá e Estados Unidos.
A Dra. Cláudia declara a
importância sobre assuntos sociais relacionados à saúde, bem-estar, qualidade
de vida, autocuidado e humanismo. Atualmente exerce atividades de ensino,
assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP,
onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de
Artrites da Infância.
Também faz parte do corpo
clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês e Alemão Oswaldo
Cruz. Já no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo, atua nos Ambulatórios de Osteoartrite, Gota e Espondiloartrites.
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