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Como a técnica “ler a mente pelos olhos” ajuda nas contratações de novos colaboradores?

Luciane Rabello, especialista em Expatriados e RH e CEO da TalentSphere, explica como equipes com mais empatia são mais produtivas
  • Categoria: Empregos
  • Publicação: 06/06/2025 00:02
  • Autor: André Tito

Ler a mente pelos olhos pode ser um grande aliado dos recrutadores (Imagem: Unsplash)

 

Traçar o melhor perfil profissional em um processo seletivo pode se tornar uma tarefa mais eficiente e estratégica para os profissionais de Recursos Humanos quando técnicas inovadoras são aplicadas — entre elas, o RMET (Reading the Mind in the Eyes Test), conhecido como “ler a mente pelos olhos”. A técnica, desenvolvida pelo pesquisador Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, tem sido utilizada para avaliar a capacidade empática de um indivíduo ao interpretar emoções apenas pela região dos olhos, o que revela traços de sensibilidade social e inteligência emocional.

 

Segundo Charles Duhigg, no livro Mais Rápido e Melhor (2016), empresas que adotaram esse tipo de avaliação perceberam que equipes compostas por pessoas com pontuação mais alta no teste tendem a demonstrar maior empatia, saber ouvir e se colocar no lugar do outro. Esses comportamentos estão diretamente associados à criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, colaborativos e produtivos. Duhigg também cita que, em média, homens acertam 52% das vezes no teste, enquanto as mulheres alcançam 61%, o que demonstra a variação natural da empatia entre indivíduos e a importância de medi-la em processos seletivos.

 

“A empatia é uma competência fundamental para o sucesso coletivo. Em um processo de recrutamento, quando o RH aplica metodologias que avaliam habilidades socioemocionais, ele está indo além do currículo e olhando para o que realmente sustenta uma equipe de alto desempenho: a conexão humana”, explica Luciane Rabello, especialista em Expatriados, Recursos Humanos e CEO da TalentSphere.

 

Em levantamentos internos de diversas empresas que adotaram essa abordagem, observou-se que colaboradores com maior nível de empatia tendem a se ajudar mais, comunicar melhor e resolver conflitos com mais maturidade. Isso gera um ciclo positivo dentro das organizações: ambientes mais leves, redução de ruídos na comunicação, aumento de engajamento e, consequentemente, melhores resultados.

 

O “teste dos olhos”, como também é chamado, ainda exige do recrutador um olhar atento e treinado. Identificar expressões, reações e emoções sutis exige prática e sensibilidade. Por isso, Luciane orienta que o profissional de RH desenvolva seu próprio repertório observacional e se prepare para conduzir entrevistas mais humanas. “É preciso escutar além do que é dito e observar além do que é mostrado. O comportamento emocional se revela nos detalhes e, quando captado com atenção, ajuda a fazer escolhas muito mais assertivas nos processos seletivos”, complementa.
 

Além disso, o conceito de “segurança psicológica”, identificado no Projeto Aristóteles do Google — estudo citado por Duhigg — reforça a importância da empatia nos times. Equipes com segurança emocional se sentem confortáveis para expor ideias, assumir erros e propor soluções. Isso só é possível quando há confiança e respeito mútuo, características que têm origem em perfis empáticos e emocionalmente equilibrados.

 

Dessa forma, utilizar ferramentas que ajudem a medir a empatia de candidatos pode ser um diferencial competitivo para as empresas que desejam formar times mais coesos, resilientes e produtivos. Em um cenário corporativo cada vez mais voltado para habilidades humanas, investir em processos seletivos que avaliem além do técnico é não apenas uma tendência, mas uma necessidade.


 

TalentSphere – Impulsionando Talentos e Negócios para além das fronteiras

Na interseção entre talento e estratégia, a TalentSphere se destaca como uma solução inovadora em gestão de talentos multiculturais e negócios, com presença no Brasil e na Espanha. Liderada por Luciane Rabello, psicóloga, docente e especialista em gestão de pessoas e multiculturalismo, a TalentSphere nasce da convergência entre conhecimento acadêmico, sólida experiência internacional e mais de 20 anos de atuação em Gestão estratégica de pessoas em empresas globais como Red Bull, Adidas, Palfinger Group e Siemens Energy. Com um olhar estratégico para a diversidade cultural e o potencial humano, a TalentSphere apoia organizações na construção de culturas de alta performance.