Análise: Chespirito foi sem querer querendo episódio 1
Motivado pelo desejo de fazer as pessoas rirem, Roberto desafia os desejos de sua mãe, tenta a sorte na comédia e no amor.
- Categoria: Análises e Críticas
- Publicação: 06/06/2025 17:56
- Autor: Crystian Felipe Godoy

A expectativa para a estreia da série biográfica que contaria a história de vida de um dos humoristas mais bem-sucedidos do México, Roberto Gómez Bolaños, finalmente chegou ao fim no dia 5. Os fãs — aqui conhecidos como "chavemaníacos" — puderam acompanhar, com alegria, aquele que foi o motivo de tanta espera, expectativa e até mesmo tensão.
O primeiro episódio já começa com a cena que deu origem ao primeiro teaser da série aqui no Brasil: o irmão de Roberto, Horácio Gómez, chamando a atenção do elenco e avisando que eles teriam apenas 20 minutos para entrar em cena na passeata pela paz, em 1980.
Nos bastidores, já podemos ter um vislumbre da caracterização da maioria dos atores que darão vida aos personagens tão conhecidos da vila do Chaves. A câmera percorre os camarins de cada um dos personagens até chegar ao de Roberto — interpretado pelo ator Pablo Cruz Guerrero. Uma cena muito bem dirigida mostra o ator finalizando sua caracterização como o Menino do Barril. Ele comenta com o irmão que, embora soubesse da importância daquele momento, preferia estar em outro lugar e sentia falta dos velhos tempos.
É então que temos o primeiro flashback, levando-nos a um momento simbólico da infância de Roberto, quando, acompanhado da mãe e dos irmãos, vai ao circo. Lá, ele é chamado ao picadeiro para participar de um número com um palhaço. Ao final, ganha um chapéu muito característico — que, futuramente, serviria de inspiração para a criação de um de seus personagens mais famosos.
Talvez esse seja um dos exemplos da liberdade poética adotada pela série. Ainda que se proponha a contar fatos verídicos da vida do criador e de suas criações, ela assume desde o início um tom simbólico, sem se prender à fidelidade extrema dos acontecimentos.
Um exemplo disso acontece quando Roberto, já mais velho e em busca de novas oportunidades, está diante de uma vitrine com vários televisores. Ele observa atentamente um noticiário, e, como se fosse guiado pelo destino, o vento leva até ele um jornal com um anúncio para roteiristas e redatores publicitários. Sem pensar duas vezes, ele decide abandonar o emprego numa fábrica para tentar uma carreira artística.
Nesse ponto, temos o primeiro embate dramático da série: a mãe de Roberto não apoia de forma alguma a decisão do filho de largar a segurança de um trabalho convencional. Em meio à discussão, Roberto diz que, se o pai estivesse vivo, teria orgulho dele — e que ele ainda daria orgulho à mãe também. Corta para outra cena da infância, em que vemos seu pai pintando um quadro. Curiosamente, o pai de Roberto é interpretado por seu filho na vida real, Roberto Gómez Fernández. Confesso que essa cena é, para mim, uma das mais bonitas do episódio.
Com o tempo, Roberto consegue o emprego como publicitário, mesmo sem nunca ter usado uma máquina de datilografia. A sequência de cenas que se segue já mostra os primeiros sucessos que sua criatividade e talento lhe proporcionaram: escrevendo para um programa de humor na rádio. Em um corte rápido, o programa já está em sua 200ª edição. Roberto percebe que é hora de levar o projeto para a televisão. Logo o vemos no estúdio, dirigindo humoristas e dando vida aos seus textos — são as primeiras vitórias profissionais do protagonista.
Também somos apresentados à primeira paixão de Roberto: Graciela Fernández (interpretada por Paulina Dávila), a mulher que o incentivou a seguir na carreira artística e que se tornaria sua primeira esposa e mãe de seus seis filhos.
Em mais um salto temporal, Roberto, já com a carreira consolidada, enfrenta os primeiros desgastes do elenco. Em uma reunião com todos os atores principais, um executivo de TV convida o grupo para levar os personagens Chaves e Chapolin a Acapulco, com o objetivo de divulgar sua rede de hotéis. Aqui, o roteiro já ensaia os conflitos que serão abordados nos próximos episódios. A narrativa passa rapidamente por várias fases da vida de Roberto, deixando pontas soltas que certamente serão melhor exploradas mais adiante.
Entre elas, as traições de Roberto, sugeridas em uma cena com a atriz Bárbara López, que interpreta Margarita Ruiz — pseudônimo usado para Florinda Meza, já que a viúva de Roberto não autorizou o uso de seu nome real na série. Desde essa primeira interação, já fica claro que a infidelidade de ambos os lados será desenvolvida na trama.
Também vemos os primeiros indícios do rompimento entre Roberto e Carlos Villagrán, cujo nome foi alterado na obra para Marcos Barrágan pelo mesmo motivo de desacordo com a produção da biografia.
Nos minutos finais do episódio, temos o elenco de "Chespirito" no aeroporto, rumo a Acapulco. Roberto convida a esposa para acompanhá-lo nas gravações. A cena encerra o episódio de forma emocionante.
Esse foi um resumo modesto do primeiro episódio da série biográfica de Roberto. No geral, gostei bastante e acredito que a maioria dos fãs — que aguardavam há mais de dois anos desde o anúncio oficial — ficou satisfeita com o que viu.
Embora, pessoalmente, eu ache que a linha temporal da juventude de Roberto tenha sido tratada de maneira um pouco frenética, a série ainda tem sete episódios para organizar e aprofundar esses eventos. Agora, é esperar pela próxima semana, quando veremos os bastidores de um dos episódios mais amados pelos fãs: a viagem da turma a Acapulco, ou como conhecemos aqui no brasil devido a adaptação genial da Dublagem o destino da viagem mudou para o Guarujá.
Espero também ver mais sobre o comportamento de Roberto diante dos conflitos que, por tanto tempo, nós, fãs, apenas ouvimos falar. Esta é a primeira vez que uma produção audiovisual nos permite testemunhar o que acontecia por trás do sucesso, acompanhando não só o amor dos fãs, mas também os desafios enfrentados por todo o elenco.
Por fim, a série cumpriu o que prometeu — e foi além das expectativas, surpreendendo até mesmo aqueles que a criticaram antes de assistir.
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