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CPI das Bets pede indiciamento de Virginia Fonseca e Deolane Bezerra por publicidade enganosa e outros crimes

  • Categoria: Atualidade
  • Publicação: 11/06/2025 01:29
  • Autor: Matheus Reis


Nesta terça-feira, 10 de junho, a CPI das Apostas Esportivas (conhecida como CPI das Bets) apresentou o relatório final com o pedido de indiciamento de 16 pessoas, incluindo as influenciadoras digitais Virginia Fonseca e Deolane Bezerra. A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), detalhou os possíveis crimes cometidos no âmbito da divulgação de sites de apostas.

O documento sugere que Virginia Fonseca seja indiciada pelos crimes de estelionato e publicidade enganosa. Segundo o relatório, a influenciadora teria divulgado plataformas de apostas utilizando contas de demonstração – conhecidas como “contas demo” – que apresentavam supostos ganhos irreais, induzindo seus seguidores ao erro, já que os resultados exibidos não correspondiam a apostas feitas com dinheiro real.

No caso de Deolane Bezerra, os indícios apontam para crimes ainda mais graves: organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e exploração de jogos de azar sem autorização legal. A comissão afirma que Deolane utilizou terceiros, os chamados “laranjas”, para manter empresas ligadas ao setor de apostas que não estavam devidamente regulamentadas.

A CPI das Bets foi instalada em novembro de 2024 e encerra seus trabalhos nesta semana. Durante as investigações, foram ouvidos empresários, representantes de casas de apostas e influenciadores digitais que participaram de campanhas publicitárias suspeitas. Virginia Fonseca prestou depoimento à CPI em maio, enquanto Deolane foi dispensada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O relatório final também sugere mudanças na legislação, como a criação de um cadastro nacional de apostadores e a proibição de publicidade considerada abusiva, especialmente em plataformas digitais com grande alcance entre o público jovem.

A votação do parecer está prevista para os próximos dias no colegiado da CPI. Caso aprovado, o documento será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e à Advocacia-Geral da União (AGU), órgãos responsáveis por decidir sobre a abertura de eventuais processos judiciais.