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Projeto Social “Escrevendo Futuros” incentiva a literatura e a criatividade de 25 crianças e adolescentes da Comunidade Indiana (Complexo do Borel)

Idealizada por Clarissa Kahane e Heder Braga, iniciativa que segue até 17 de julho é realizada pelo Museu Judaico do Rio de Janeiro e tem patrocínio do Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn
  • Categoria: Literatura
  • Publicação: 26/06/2025 00:57
  • Autor: Juliana Feltz

Entre os dias 5 de junho e 17 de julho é realizado o projeto “Escrevendo Futuros”, uma iniciativa literária que contempla 25 jovens – com idades entre 10 e 17 anos –, da comunidade Indiana, localizada no Complexo do Borel, Tijuca (Zona Norte do Rio). O projeto promove o incentivo cultural através da literatura, criatividade e expressão escrita, oferecendo ferramentas para que os jovens possam narrar suas próprias histórias e vislumbrar novas possibilidades para seus futuros.

 

Idealizado por Clarissa Kahane e Heder Braga, realizado pelo Museu Judaico do Rio de Janeiro e com patrocínio do Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn, "Escrevendo Futuros" é o desdobramento de outros três projetos realizados na comunidade: “Cartas para Hoje”, "Cartas para Anne Frank" e "Criando com Anne". Para este novo projeto, as obras selecionadas são “O Diário de Anne Frank”, de Anne Frank, e “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry.

 

Ao longo de seis encontros semanais, realizados na sede da Associação de Moradores da Indiana, os jovens participam de distribuição de livros, oficinas criativas de arte e literatura, debates e atividades que estimulam a leitura e o desenvolvimento artístico, como a produção de um livro colaborativo e um concurso literário, onde o vencedor será contemplado com um smartphone. Ao final do projeto, haverá distribuição de cestas básicas a cada um dos participantes.

 

As oficinas criativas serão ministradas por André ArtecheHilda MarettaClarissa Kahane e Heder Braga. Ao final, são estimulados a produzir materiais que representem as suas realidades, promovendo uma comparação e reflexão sobre as mudanças necessárias no mundo.

 

Mais do que promover o engajamento literário, o projeto "Escrevendo Futuros" atua como uma potente ferramenta de transformação social e fornece uma plataforma de expressão, reflexão e crescimento pessoal numa comunidade em situação de vulnerabilidade. A comunidade Indiana carece de iniciativas que promovam o acesso à cultura e incentivem a educação literária. Nesse contexto, o projeto surge como uma oportunidade para que os jovens expressem suas ideias e desenvolvam suas habilidades criativas, participando ativamente de um processo de criação coletiva. O livro colaborativo representa a força das narrativas pessoais e o potencial transformador da literatura.

 

As obras trazem temas intensos e emocionantes, que conversam diretamente com as experiências, dúvidas e descobertas da juventude. Cada uma apresenta elementos únicos, capazes de criar uma forte identificação com o público infanto-juvenil — seja por meio das histórias, dos conflitos pessoais ou das relações retratadas. Ao estimular a empatia e o pensamento crítico, eles abrem espaço para reflexões sobre identidade, convivência e responsabilidade social. a proposta do projeto é justamente usar essas leituras como ponto de partida para o diálogo, o autoconhecimento e a formação de uma visão mais consciente sobre o papel de cada jovem na sociedade.

 

Promover o acesso à leitura é um ato transformador — é oferecer caminhos, abrir possibilidades e afirmar que todos têm o direito de imaginar e escrever seus próprios futuros. O Escrevendo Futuros é um projeto que acontece do encontro entre escuta, afeto e compromisso social. Ter a oportunidade de desenvolvê-lo ao lado de Clarissa, e com o apoio essencial do Fundo RJZ Cyrela, da Fundação Rogério Jonas Zylbersztajn, nos mostra que quando empresas e iniciativas culturais caminham juntas, é possível gerar impacto real e duradouro. Nada disso aconteceria da forma como acontece sem esse apoio. Somos gratos por transformar sonho em ação”.

Heder Braga, idealizador do projeto ao lado de Clarissa Kahane

 

 

O Diário de Anne Frank

 

A obra é um relato verídico e pessoal da vida de Anne Frank, uma jovem judia que viveu durante a Segunda Guerra Mundial. Escrito enquanto ela e sua família se escondiam para escapar da perseguição nazista, o diário expressa seus medos, sonhos e reflexões sobre o mundo em meio a um período de profunda incerteza.

 

Embora escrita em um contexto histórico diferente, Anne Frank era uma adolescente que enfrentava desafios comuns da idade, como conflitos familiares, reflexões sobre si mesma, a descoberta de sua própria identidade e sonhos para o futuro. Isso permite que os jovens vejam em Anne um reflexo de suas próprias vidas.

 

O livro é uma porta de entrada para discussões sobre direitos humanos, liberdade, empatia e resiliência, temas importantes para a formação crítica de crianças e adolescentes.

 

O Pequeno Príncipe

 

Clássico atemporal da literatura, esta fábula filosófica fala, com delicadeza e profundidade, sobre os sentimentos que nos tornam humanos — o amor, a amizade, a busca por sentido e a beleza das relações.

 

A trajetória do Pequeno Príncipe oferece uma metáfora poderosa para a adolescência: uma fase marcada por questionamentos, descobertas e a busca de sentido. O livro estimula os jovens a refletirem sobre o valor das relações humanas, da empatia e do cuidado com o outro.

 

Em uma sociedade que muitas vezes impõe modelos prontos de comportamento, a obra ensina a importância da autenticidade, do amor e da amizade. Ao valorizar o olhar da infância e a força da imaginação, O Pequeno Príncipe contribui para a formação crítica e emocional dos jovens leitores.

 

’Escrevendo Futuros’ é um projeto literário, já em sua quarta edição, onde através da literatura, das oficinas literárias e da rica troca de experiências com os jovens da comunidade Indiana, convidamos os participantes a desenvolverem trabalhos escritos de diferentes gêneros e ilustrações para expressarem seus sonhos. Em todas as edições foi incrível aprender lendo as histórias e conhecendo mais os jovens de hoje!

Clarissa Kahane, idealizadora do projeto junto de Heder Braga

 

CRONOGRAMA – ENCONTROS:

 

·     Encontro Inaugural – 5 de junho

Apresentação do projeto, dos idealizadores e do cronograma de encontros

Dinâmicas de acolhimento e integração do grupo

Distribuição dos livros “O Diário de Anne Frank” (diário) e “O Pequeno Príncipe” (ficção) para as crianças e adolescentes participantes do projeto.

 

·     2º Encontro – 12 de junho

Oficina de Literatura, com: Clarissa Kahane e Heder Braga

Introdução à literatura e seus sentidos

Leitura de trechos dos livros entregues

Debate sobre diferentes tipos de narrativa: diário, ficção, fábula

 

·     3º Encontro – 19 de junho

Oficina de Estilos de Escrita, com Hilda Maretta

Exploração de estilos variados de escrita: narrativa, poesia e crônica

Exercícios práticos de escrita com liberdade criativa.

 

·     4º Encontro – 26 de junho

Oficina de Prática de Escrita, com André Arteche

Desenvolvimento de textos individuais e coletivos

Orientação dos monitores, com foco em escuta, reescrita e partilha

 

·     5º Encontro – 3 de julho

Atividade Cultural Externa

Visita à Fundação Biblioteca Nacional – Centro, Rio de Janeiro

Vivência cultural para ampliar o repertório dos participantes

Entrega dos trabalhos realizados nas oficinas

 

·     6º Encontro – 17 de julho

Encontro - Evento Final e Celebração

Apresentação do livro coletivo com textos e ilustrações dos participantes

Entrega de cestas básicas para todos os participantes

Premiação do Aluno Destaque. Prêmio: Smartphone

Critério de escolha: participação ativa, frequência, envolvimento nas atividades e qualidade dos textos.

 

Sobre Clarissa Kahane:

Clarissa Kahane é formada em Pedagogia pela UERJ.  É atriz, preparadora de elenco, diretora e roteirista para teatro, cinema, TV e mídias sociais. No teatro faz parte do elenco de “Perdoa-me por me Traíres”, com deteção de Daniel Herz. Foi indicada ao prêmio Cesgranrio, melhor espetáculo, como coautora e idealizadora da peça “Meu Saba”, é coautora dos espetáculos de comédia “Absurdo” e “Adultério”, da Cia Atores de Laura. Dirigiu “Filho do pai”, com Antonio Pitanga e foi diretora assistente de variados espetáculos. No cinema foi Diretora Assistente do curta “Porque as Valsas São Breves”. Na televisão foi preparadora de elenco da série infantil “Lab de Chef”, no Globoplay. Fez parte da equipe de preparação de elenco da série de humor “Tem que Suar”, Multishow. Atuou como assistente de direção na linha de shows no programa “The Voice Kids”, em programas de humor como “Isso é muito a minha Vida”, “Interrompemos a programação com Dani Calabresa” e “The Fake Brasil”, na Globo, “Sexta Black”, programa de entrevistas no GNT, (2ª temporada) e “O Dono do Lar”, no Multishow (5ª temporada). Foi cocriadora do projeto piloto de pílulas de humor sobre maternidade com Marcelle Oliveira e Juliana Didone. É coidealizadora, com Bia Guedes, do curso de Teatro Encena e do projeto social de leitura e escrita “Cartas para hoje”, no Complexo do Borel.

 

Sobre Heder Braga:

Heder Braga Fernandes é doutorando em Artes Cênicas pela UNIRIO, mestre em Estudos do Teatro pela Universidade do Porto e graduado em Estética e Teoria do Teatro pela UNIRIO. Atua como pesquisador, produtor cultural e crítico de teatro infantil, com foco em teatro para infância e juventude, literatura culturas populares e educação. Desenvolve projetos artísticos e educativos em comunidades em situação de vulnerabilidade, como Cartas para Anne Frank, Criando com Anne, Cartas pra Hoje e Escrevendo Futuros, unindo literatura, memória e protagonismo juvenil. Em sua trajetória acadêmica, realizou estágio docente nas disciplinas Modos de Produção, Teatro e Cinema e Análises e Concepções do Texto Teatral dos Séculos XX e XXI na UNIRIO. Integra o Laboratório de Estudos do Espaço, Teatro e Memória Urbana e atua na organização de colóquios e festivais, colaborando com núcleos de produção e comunicação visual. Atualmente desenvolve a tese intitulada “Quanto vale o teatro para a infância?”, que investiga o valor simbólico, social e econômico das produções voltadas ao público infantil.

 

Sobre Hilda Maretta:

Professora de Literatura, atriz e idealizadora do espetáculo Orúkọ, Hilda é moradora de Duque de Caxias, passou pela Atores da Fábrica (Nova Iguaçu) e pela Escola Técnica de Teatro Martins Pena (RJ).

 

Sobre André Arteche:

André Arteche, gaúcho, há vinte anos residindo no Rio de Janeiro, é ator, autor e diretor. Transferiu-se de sua cidade-natal para a capital fluminense após protagonizar, aos 16 anos, “Houve uma vez dois Verões”, primeiro longa-metragem de Jorge Furtado. Desde então, realiza importantes trabalhos em teatro, cinema e televisão. Nos palcos, trabalhou com alguns dos mais importantes diretores da cena carioca como João Falcão e João Fonseca. Por exemplo, protagonizando ao lado de Izabella Bicalho o musical Gota D’Água; o premiado “O Pequenino Grão de Areia”, entre outros. Em televisão, foram quatro novelas, duas minisséries, inúmeras participações em programas e teledramaturgia. Obteve reconhecimento nacional ao interpretar o indiano “Indra”, na novela Caminho das Índias, de Glória Perez. Também atuou na novela Lado a Lado, de Claudia Lages e João Ximenes Braga. Ambas as ficções ganharam o Emmy (premiação internacional) de melhor novela do mundo. Recentemente, protagonizou ao lado de Fernanda Vasconcelos a série “Rua do Sobe e Desce, Número que Desaparece”, disponível na Globo Play.

 

No cinema, Arteche constrói sólida carreira, protagonizando longas-metragens como “Os Senhores da Guerra”, vencedor de dois Kikitos no Festival de Cinema de Gramado (2014), entre outros. Em novo momento de sua carreira, André também atua como roteirista e diretor. Em seu texto de estreia no teatro (A Lenda do Sabiá) obteve uma revisão afetiva de ninguém menos que Ariano Suassuna, um dos grandes poetas da língua portuguesa. No espetáculo, trabalhou como autor, ator, produtor, diretor e compositor da trilha sonora original. Desde então, estreou outras produções de sua autoria como “A Transação”, “O Metrô – Tempos Absurdos”. “Quem Vem de Fora, Vatapá Vambora”, entre outros. Roteirizou e dirigiu, em 2024, o curta-metragem “A Lenda da Cigana de Vacaria, contemplado pela Lei Paulo Gustavo. É professor no curso técnico e na faculdade da CAL nas disciplinas de interpretação e improviso dramático. Em 2024, passou a lecionar nas disciplinas de Interpretação para audiovisual e prática de montagem no Nu Espaço de Teatro. Em sua formação, André Arteche é bacharel em artes cênicas e pós-graduado em direção teatral pela Faculdade CAL de Artes Cênicas. Canta, toca sanfona, violão e piano. Este, desde os seis anos de idade.

 

Ficha técnica:

Idealização: Clarissa Kahane e Heder Braga

Monitor e Mediador Cultural: Rafael Oliveira

Oficineiros: Clarissa Kahane, Heder Braga, Hilda Maretta e André Arteche

Designer gráfico e Social Media: Heder Braga

Fotos e vídeos: Ariel Santos

Assessoria de Imprensa: Juliana Feltz

Realização: Museu Judaico do Rio de Janeiro

Patrocínio: Fundo Rogério Jonas Zylbersztaj