Documentário Vadias, vagabundos, imorais, de Nina Tedesco e Paulo Terra, estreia no dia 2 de julho, às 20 horas, no canal LABHOI - Laboratório de História Oral e Imagem da UFF – Universidade Federal Fluminense
Exibido em diversos países, filme ganha sessão de estreia na UFF, também no dia 2 de julho, 4af, às 18 horas, seguido de debate com os diretores, Jovanna Baby e Chanel
- Categoria: Cinema
- Publicação: 27/06/2025 17:46
- Autor: Silvana Cardoso do Espirito Santo

Passeata Movimento Negro Unificado
(MNU), SP 1979, Foto Ademir - Folha Press
Após estrear na Universidade de Pittsburgh, nos EUA,
passar por países como Alemanha, Dinamarca e Índia, estreia no Brasil o
documentário em curta-metragem Vadias, Vagabundos, Imorais (Brasil,
23min, 2024, legendas em Inglês), dos diretores e roteiristas, Nina Tedesco e
Paulo Terra, que também assinam o roteiro. O filme, que investiga a construção
social da definição, e tipificação, da vadiagem na história do país, tem como
base a pesquisa do professor e doutor em História, Paulo Terra e conta com
depoimentos, de: Neusa Maria Pereira, jornalista e uma das fundadoras do Movimento Negro
Unificado; Shirley Krenak, ativista indígena do povo Krenak; Jovanna
Baby, fundadora do movimento organizado de pessoas transgênero no Brasil;
e, Nataraj Trinta, historiadora e organizador da Marcha das Vadias no
Rio de Janeiro.
Com sessão aberta no auditório do Campus
Gragoatá da UFF, Vadias, Vagabundos, Imorais estreia no dia 2
de julho, às 18 horas. Exibição seguida de
debate com a participação de Jovanna Baby (Presidenta do FONATRANS),
Chanel (estudante da UFF e uma das participantes da nova temporada de Drag
Race Brasil) e dos diretores, Nina Tedesco e Paulo Terra, ambos
professores da UFF. Na mesma
data, às 20 horas, o documentário estreia no Canal do YouTube do LABHOI
- Laboratório de História Oral e Imagem da UFF – Universidade Federal
Fluminense, onde ficará disponibilizado gratuitamente.
Vadias, Vagabundos, Imorais busca as reverberações sobre a vadiagem na
sociedade brasileira, principalmente no período da ditadura militar. Importante
instrumento na história de nosso país para criminalizar a pobreza, a população
negra e suas práticas culturais, como o samba – além de comportamentos
considerados como imorais. Ao abordar a vadiagem é possível desvelar como foi
reforçada, desde pelo menos o período da abolição, uma imagem que atrelava
pessoas negras a uma ociosidade natural. Embora seja algo existente em uma
longa duração, a temática da vadiagem ainda está presente nos dias de hoje e,
como exemplo real, o edital de licitação lançado em 2024 pelo governo de
Pernambuco para a aquisição de câmeras para a segurança pública, onde prevê o
uso das imagens para a "deteção de vadiagem" nas
ruas.
No curta-metragem, é possível
entender a conexão entre o passado e o presente, ao debater o racismo, o
sexismo e a LGBTfobia no Brasil, a partir da história do país quando se refere
o que é “vadiagem”. Também encontraremos a construção da ideia de que o vadio
esteve associado à ausência de trabalho, a vadia era qualificada por um
comportamento sexual tido como indevido e prisões por vadiagem serviram para
perseguir comportamentos considerados imorais, atingindo homossexuais e
travestis, até, pelo menos, no final da ditadura militar no país. Foi também
uma forma de condenar o comportamento de ser e viver da população indígena ao
longo da história do país.
O filme, que contou com financiamento da Alexander von
Humboldt Foundation, da FAPERJ e do CNPq, estreou na Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Também foi exibido na
Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, no Bonn Center for Dependency and
Slavery Studies e no Instituto Max Planck de História do Direito, na Alemanha,
e no Max
Weber Forum for South Asian Studies, na Índia.
Se a temática da vadiagem em Vadias, Vagabundos, Imorais possibilita entender as
diversas maneiras de coerção, ela também nos permite vislumbrar as formas de
resistência da sociedade civil, a população brasileira. E busca responder às
diversas perguntas por meio de uma lente interseccional que inclui classe,
gênero, raça e sexualidades.
Serviço:
Sessão e estreia: Documentário Vadias, Vagabundos,
Imorais
Dia: 02
de julho de 2025 | Quarta-feira | Sessão gratuita | 18 horas
Local: UFF | Auditório do PPGH, Campus Gragoatá, bl.O, 5ºA, UFF,
Niterói –RJ.
Tempo: 23 minutos
Debate após a exibição, com: Jovanna Baby (Presidenta do FONATRANS),
Chanel (estudante UFF e participante Drag Race Brasil) e os diretores, e
professores da UFF, Nina Tedesco e Paulo Terra.
Capacidade: 50 lugares
Classificação indicativa: 16 anos
Evento gratuito
Estreia no Canal LABHI UFF Oficial
Vadias, Vagabundos,
Imorais | Brasil, 23min, 2024, legendas em Inglês
Dia 2 de julho de 2025 | Quarta-feira | 20
horas
https://m.youtube.com/c/LABHOIUFFOficial
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Nina Tedesco e Paulo Terra
Idealização e pesquisa: Paulo Terra
Prod. executiva e Dir. de Produção: Hadija Chalupe
Edição: Lorrane Louzada
Assessoria Jurídica: Priscilla Menezes
Identidade Visual: Vitória Mackay
Assessoria de Imprensa: Silvana Cardoso E. Santo (Passarim Comunicação)
Produção: Caraduá Produções:
Nina
Tedesco - Direção e roteiro: Graduada
em Comunicação Social, com habilitação em Cinema (2005) e em Publicidade e
Propaganda (2008), mestre em Geografia (2009) e doutora em Comunicação (2013).
Trabalha como docente do curso de Cinema e Audiovisual e do Programa de
Pós-graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. Tem
quase duas décadas de experiência na realização audiovisual, nas áreas da
direção de fotografia, argumento e roteiro e direção. É coordenadora do Grupo
de Pesquisa Cinematografia, Expressão e Pensamento, dedicado aos estudos em
direção de fotografia. Faz parte desde 2020 do comitê coordenador da Red de
investigación del Audiovisual hecho por Mujeres en América Latina. Coordena o
projeto de extensão “Cineclube Quase Catálogo”. Entre outros livros,
coorganizou tem os títulos “Cinematografia, Expressão e Pensamento”, “Feminino
e plural: mulheres no cinema brasileiro”, esse último finalista do Prêmio
Jabuti 2018, e “Corpos em projeção: gênero e sexualidade no cinema latino-americano”.
Atualmente, é bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ). Seus
principais temas de pesquisa são cinema e audiovisual, cinema e audiovisual
latino-americano, gênero e direção de fotografia. Seu último filme, o
longa-metragem documental "À luz delas", fala justamente das
trajetórias das diretoras de fotografia no Brasil.
Paulo
Cruz Terra - Direção, roteiro, idealização e pesquisa: Professor de
História do Brasil República no Departamento de História, da Universidade
Federal Fluminense, além de atuar no Programa de Pós-graduação em História da
mesma instituição e ser membro do Laboratório em História Oral e Imagem
(LABHOI). Pesquisa desde 2019 sobre a história da vadiagem e tem artigos
publicados sobre a temática no Brasil e no exterior. Esteve envolvido na
idealização e realização dos documentários “Sorria, você está sendo vigiado!”
(2024) e “Niterói de Memórias” (2023),
ambos dirigidos por Maria Rita Nepomuceno.
Hadija
Chalupe - Produção executiva: Fundadora da Caraduá
Produções e professora de produção dos cursos de Cinema e audiovisual, da UFF e
da ESPM Rio. Possui graduação em Imagem e Som pela UFSCar (2004). Doutora pelo
PPGCom-UFF, onde também desenvolveu a dissertação Distribuição do Filme
Brasileiro, vencedora do PrêmioSAV para Publicação (2010). Em 2018 desenvolveu
sua pesquisa de pós-doutorado na Oxford Brookes University e assumiu a direção
de produção e produção executiva do Cineclube Quase Catálogo no mesmo ano. Foi
produtora assistente dos longas Luz nas Trevas e Canção de Baal, de Helena
Ignez. É produtora executiva dos documentários Arquitetura e o Ballet da Rua
(2015), Retângulos Brancos (2011) contemplado pelo Concurso de Curtas
(SAv/MinC); das obras Sentido (2017); A Profecia de Asgard e Drakkar,
contemplados pelo Edital Curta-criança (SAv/MinC) nos anos de 2007 e 2013. Foi
diretora com o Ou Isso Ou Aquilo (codirigido com Raquel Stern), através do
edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres SAv/MinC em 2013.
LABHOI - Laboratório de
História Oral e Imagem | UFF RJ: Criado em 1982, o compõe o programa de
atividades acadêmicas do Departamento de História da UFF, integrando ensino,
pesquisa e extensão universitária. Constitui-se como arquivo de fontes orais,
visuais e digitais e como centro de referência de história oral e da imagem.
Enquanto grupo de pesquisa, tem por objeto de estudo as relações entre História
e Memória e se organiza em torno de quatro linhas de pesquisa: Memória e
Escravidão; Memória e Cidade; Memória e Política; Memória e Mídia. Desenvolve
ainda parcerias com instituições nacionais e internacionais, sendo membro
fundador da Associação Brasileira de História Oral - ABHO. O Laboratório
desenvolve um conjunto de atividades na área de ensino que estão voltadas para
o debate teórico e metodológico sobre o uso de fontes orais e visuais, tendo em
vista a qualificação de alunos, professores e pesquisadores.
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