Esta produção traz o depoimento de alunos, profissionais e docentes do meio acadêmico que compartilham situações de uso excessivo da tecnologia, em especial das redes sociais. Também são abordados conceitos psicológicos, filosóficos e sociais relacionados ao tema.

O intuito deste filme é chamar a atenção para relatos de uso excessivo das tecnologias digitais, que estão associados a termos como nomofobia, neofilia, dependência patológica digital e modernidade líquida.

Não é objetivo desta produção desestimular o uso da tecnologia, tampouco questionar os benefícios proporcionados por ela. Também não se pretende apresentar conclusões com base em análises superficiais ou observacionais do dia a dia, muito menos realizar diagnósticos de comportamento de ordem psicossocial.

O professor Amauri Yamauti, que liderou a turma durante todo o processo de criação e execução do documentário, destacou detalhes dos bastidores e explicou como a produção ganhou vida a partir da sugestão dos alunos e de seus pontos de vista sobre a temática dos impactos das redes sociais na saúde mental, bem como nos aspectos sociais e filosóficos que envolvem a desconexão digital.

“A cada ano é idealizada uma produção de curta-metragem dentro da disciplina Documentário e Vídeo, do curso de Produção Audiovisual. A turma de 2024 trouxe uma ideia relacionada à preocupação com a saúde mental — mais especificamente, com a quantidade significativa de matérias publicadas sobre o uso excessivo da tecnologia e das redes sociais pelo público adolescente. Compreendi que essa é uma questão que atinge não apenas os adolescentes, mas também outras camadas da sociedade, o que aumenta a relevância do tema. Assim, decidi ampliar a proposta para um média-metragem, com duração de 45 minutos. Percebendo a seriedade da turma, resolvi aprofundar o conteúdo trazendo não apenas os acadêmicos, mas também pesquisadores de universidades renomadas, o que elevou o nível da produção.”

O filme adota uma narrativa construída a partir de discussões sobre o tema, intercalando dramatizações com relatos e opiniões de alunos e professores, que compartilham vivências e reflexões sobre o excesso do uso das redes sociais na realidade atual. Pensando nisso, Amauri decidiu se aprofundar ainda mais no assunto, incluindo participações que enriqueceram a complexidade e a profundidade do conteúdo abordado.

“Foi necessário, inclusive, adaptar os objetivos da proposta, já que ela passou a ter maior impacto. Ainda na fase de pré-produção e planejamento, discutimos como seria a narrativa da história. Em produções documentais, trabalhamos com uma narrativa aberta, sem conclusão previamente definida. Então, começamos a planejar quem seriam os entrevistados e, nessa etapa, encontramos o ‘Instituto Delete’, coordenado pela doutora Anna Lúcia Spear King, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O instituto realiza atendimentos voltados para a orientação sobre o uso consciente das tecnologias.”

“Como já havíamos trabalhado redação e roteiro com a turma, sempre enfatizei a importância de contextualizar bem o tema. Por isso, buscamos também a explicação de um pesquisador da área de sociologia, papel assumido pelo professor Wellington Lima Amorim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para não transmitir uma visão negativa da tecnologia — afinal, nos beneficiamos dela diariamente — decidi finalizar com a participação de um professor da área de filosofia, que pudesse trazer uma reflexão mais ampla sobre a popularidade da tecnologia e das redes sociais em nosso cotidiano. Chegamos, então, ao nome do professor Jelson Roberto de Oliveira, da PUC de Curitiba.”

Coube à turma idealizadora do filme a responsabilidade de garantir a relevância e o impacto local da produção em nível micro. Eles trouxeram os depoimentos da própria comunidade acadêmica do campus universitário.

Aspectos técnicos também foram destacados pelo professor, que se mostrou engajado em garantir que tudo acontecesse conforme o esperado durante a pós-produção.

“Sobre as imagens ilustrativas, tivemos a participação da própria turma, que buscou implementar conceitos e técnicas adquiridos ao longo do curso e das demais disciplinas. Chamo atenção para algumas imagens que utilizei no filme, nas quais foi empregada construção por inteligência artificial, tecnologia bastante em evidência atualmente.”

Por fim, Amauri compartilha uma reflexão sobre todo o processo de desenvolvimento do projeto, avaliando o resultado final como satisfatório tanto para ele quanto para os alunos:

“Acredito que a experiência para a turma tenha sido bastante proveitosa. Busquei enfatizar todo o processo de produção e garantir ao máximo a participação deles, que é justamente o propósito do curso e da disciplina. O resultado final ficou bastante significativo. Conseguimos alcançar um produto com uma linguagem acessível, mas com apelo mais substancial.”

O lançamento oficial do documentário ocorreu no dia 9 de junho de 2025, no próprio centro universitário de União da Vitória. O público já pode assistir ao filme no YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=Sdvges25f04&t=112s

imagem: divulgação oficial/reprodução: internet