Produção original do CINEBRASiLTV, a série "Mães da Terra", dirigida por Maria Rita Nepomuceno e produzida pela Caliban Cinematográfica, ganha exibição em evento na Aldeia Marakanã, no dia 12 de julho (5af)
Série documental com seis episódios registra práticas de auto-organização da maternidade, quilombola e periférica através das gerações mãe, filha e avó
- Categoria: Séries
- Publicação: 08/07/2025 21:15
- Autor: Silvana Cardoso do Espirito Santo

Produção original do CINEBRASiLTV em parceria com a Caliban Cinematográfica, a série documental da diretora Maria Rita Nepomuceno, “Mães da Terra” (2024), ganha pré-estreia com roda de conversa na Aldeia Marakanã, no Rio de Janeiro, em evento que acontece no dia 12 de julho, sábado, a partir das 18 horas.
Será apresentado o quarto episódio da série, “É Luta Demais”, gravado na aldeia de Panambizinho, próxima a Dourados, no Mato Grosso do Sul. Após a exibição, haverá debate mediado pela diretora da série, com participação de Michele Kaiowá (representante da comunidade Panambizinho), Juliana Guajajara (ativista indígena brasileira) e Potyra Krikati Guajajara (uma das lideranças da Aldeia Marakanã). Abaixo, “Serviço”.
“Mães da Terra”, que teve sua estreia na segunda edição do Claro Festival Curta! Documentários, realizado em junho de 2024, explora em seis episódios as experiências de maternidade em diferentes contextos culturais, como indígena, quilombola e periférico, através das gerações. A série destaca a relação entre mães e avós e inclui entrevistas com acadêmicos e militantes relacionados a cada território.
Em agosto, "Mães da Terra" estreia na plataforma Cultne.TV (https://cultne.tv/).
Sinopse da Série:
A série documental “Mães da Terra” registra práticas de auto-organização da maternidade, quilombola e periférica através das gerações, destacando a relação mãe e avó e entrevistando acadêmicos e militantes relacionados ao contexto territorial de cada episódio.
Sinopses dos Episódios:
Episódio 1 – Eu Era Um Relâmpago
No primeiro episódio, conheça as práticas de maternidade como amamentação cruzada e adoção. que reproduzem vidas marcadas pela migração e pela vulnerabilidade social. Você conhecerá as mulheres da favela da Rocinha entrando em suas casas e ouvindo suas histórias de parto e de vida.
Episódio 2 – Bichos São Eles
No episódio 2, o encarceramento impacta violentamente a vida das mulheres periféricas. Como é o cárcere? Como é ter um parente encarcerado? O que enfrentam as mulheres cujas vidas são atravessadas pela prisão?
Episódio 3 – Feita da Carne
Em torno da falida Usina do Engenho Central de Quissamã, mulheres trabalhadoras criam seus filhos de forma comunitária, e lembram do tempo em que a medicina que alcançava o quilombo era a do mato. Um tempo atravessado pelo trabalho infantil, pela violência e pela religiosidade.
Episódio 4 – É Luta Demais
Neste capítulo, acompanhamos as mulheres indígenas Kaiowá em sua luta pelo manejo da cultura e da vida em um contexto de vulnerabilidade social, mesmo após a homologação da conquista da terra.
Episódio 5 – Benzido Coração
A voz das mulheres indígenas da bacia do Rio Negro, tão pouco ouvida, ecoa pelas vielas de São Gabriel da Cachoeira e aldeias próximas. Seus desafios e suas perspectivas de futuro são ouvidos na porosidade aldeia/cidade que marca a vida da floresta nesse município.
Episódio 6 – Pedacinho de Terra
No último episódio da série conhecemos as histórias das mulheres dos assentamentos na região sul fluminense. Estas mulheres lutam para conquistar e viver na terra, organizadas em suas famílias e no coletivo Alaíde Reis. Elas narram suas biografias, resgatando a memória da participação feminina na luta pela terra no Brasil.
Cena do Episódio “É Luta Demais”, da série “Mães da Terra”
Imagens de Divulgação:
Cenas disponíveis na plataforma Cultne.TV (https://cultne.tv/).
Ficha Técnica:
Direção, Argumento, Roteiro e Pesquisa: Maria Rita Nepomuceno
Produção Executiva: Ana Rosa Tendler
Produção: Maycon Almeida
Coprodução: RioByte
Assistência de Direção: Michele Concianza
Direção de Fotografia: Xeno Veloso
Som Direto: Xeno Veloso
Montagem: Telena Teles
Trilha Sonora Original: Maíra Freitas
Serviço | Pré-estreia, série Mãe Terra
Data: Sábado, 12 de julho
Horário: 18h
Local: Aldeia Marakanã – Rio de Janeiro
Sessão do CINE TEKÓ (@cineteko)
Endereço: Av. Rei Pelé, 1051 - Maracanã, Rio de Janeiro
Sobre o local: https://www.aldeiamarakana.com/
Sessão aberta ao público
Tempo: 55 minutos
Classificação: Livre
Programação: das 19h às 20h
18h: Exibição Episódio "É Luta Demais", da série “Mães da Terra”, CINE TEKÓ (@cineteko)
19h às 20h: Debate mediado por Maria Rita Nepomuceno (diretora da série), com participação de Michele Kaiowá, Juliana Guajajara e Potyra Krikati Guajajara
Tema da noite: Maternidade indígena como resistência, afeto e luta
Sobre Maria Rita Nepomuceno:
Cineasta pela UFF (Universidade Federal Fluminense), mestre em Multimeios pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e é sócia-proprietária da produtora RioByte - Arte e Informação. Entre 2015 e 2018, trabalhou como Curadora de Conteúdo do Canal CINEBRASiLTV. Membro da equipe de seleção de projetos do LABCurta FUNARJ 2020, 2021 e 2022. Foi júri da Mostra Competitiva do FEMINA em 2017. Ganhou prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular da Mostra Arquivo em Cartaz em 2015 com o média documental “Joel e Gianni”. Seu média documental “Diário da Pandemia”, está sendo distribuído nas plataformas Now, Vivo play, Google play e Microsoft play. Dirige, coproduz, pesquisa e roteiriza a série documental inédita “Mães da Terra” (6X52min) sobre maternidades periféricas, em parceria com a Caliban Cinema e Conteúdo. Dirigiu o documentário média-metragem “Niterói de Memórias”, em coautoria com Paulo Terra e Karoline Karula, sobre os 450 anos de Niterói que estreou no CINE Arte UFF. Em 2024 lançou o documentário média-metragem “Sorria, você está sendo vigiado”, em coautoria com Paulo Terra.
Sobre Michele Kaiowá:
Michele Kaiowá é diretora de cinema, professora de audiovisual e integrante da Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas. Pertencente ao povo Guarani Kaiowá, originário do Mato Grosso do Sul, Michele utiliza o cinema como instrumento de resistência, memória e afirmação da identidade indígena.
Formada em Direção pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro, sua trajetória une formação técnica à ancestralidade, destacando-se por produções que abordam as lutas e vivências do seu povo. Sua obra tem como foco central a resistência e a existência Guarani Kaiowá, em meio aos desafios enfrentados por esse povo em seus territórios tradicionais.
Entre seus trabalhos, está a direção do filme "Experiência Indígena Pngati Guarani Kaiowá", que evidencia saberes, histórias e visões de mundo indígenas, a partir de uma perspectiva própria e comprometida com a luta por direitos.
Michele é uma das vozes que vêm fortalecendo o protagonismo indígena no audiovisual brasileiro, contribuindo para a construção de narrativas mais justas, plurais e representativas.
Sobre Juliana Guajajara:
Juliana Guajajara é uma advogada e ativista indígena brasileira, pertencente ao povo Guajajara. Filha do líder indígena Arão Guajajara, Juliana segue o legado familiar na defesa dos direitos dos povos originários, aliando tradição e formação acadêmica à militância ativa.
Graduada em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Juliana atua na proteção dos territórios indígenas, na valorização da cultura Guajajara e na luta contra ameaças como o desmatamento, a invasão de terras por garimpeiros e a violação de direitos humanos.
Através das redes sociais, ela utiliza a comunicação como ferramenta de resistência, compartilhando conteúdos que enaltecem a cultura de seu povo e denunciam as violações enfrentadas pelas comunidades indígenas.
Juliana representa uma nova geração de lideranças indígenas no Brasil: jovens, conectadas e politicamente engajadas. Sua voz firme e seu trabalho jurídico fazem dela uma referência nacional na luta pela justiça socioambiental e pelos direitos dos povos originários.
Sobre Potyra Krikati Guajajara:
Potyra Krikati Guajajara é uma mulher indígena com ancestralidade dos povos Krikati e Guajajara. Vinda do Maranhão, atua hoje como uma das principais lideranças indígenas no Rio de Janeiro, especialmente na Aldeia Maraká'nà, território de resistência localizado ao lado do Estádio do Maracanã.
Na Aldeia Maraká'nà, Potyra tem papel central na defesa dos direitos dos povos originários em contextos urbanos, sendo também fundadora e articuladora da **Universidade Indígena Pluriétnica e Multicultural Aldeia Maraká'nà. É ativista, artesã, tecelã e pesquisadora em linguística, dedicando-se ao estudo e preservação das línguas indígenas.
Como liderança no Centro de Etnoconhecimento Socioambiental Cauiré (CESAC), Potyra atua em diversas frentes: promove a resistência indígena, fortalece o papel das mulheres por meio de encontros e atividades coletivas, e preserva a cultura ancestral através da pintura corporal e do artesanato — formas de expressão e medicina espiritual.
Sua atuação conjunta com lideranças como José Urutau Guajajara tem sido essencial na retomada e manutenção da Aldeia Maraká'nà como espaço de cultura viva, resistência e reafirmação da identidade indígena. Potyra é, hoje, uma referência na luta por território, memória e dignidade dos povos originários no Brasil.
Sobre Cine Tekó: Escola de Cinema Contracolonial:
Escola de cinema para pessoas indígenas que acontece todos os sábados na Aldeia Marakanã e tem o apoio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura.
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