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Análise O Império dos Sentidos (1976)

Clássico erótico japonês
  • Categoria: Análises e Críticas
  • Publicação: 23/07/2025 12:40
  • Autor: Givaldo Dias
Japão, 1936. Sada (Eiko Matsuda), uma ex-prostituta, inicia um tórrido caso com Kichizo (Tatsuya Fuji), seu atual patrão. O que parecia uma diversão inconsequente logo transforma-se em uma intensa relação regida pela obsessão do prazer. Para os amantes não existem fronteiras na busca do mais completo êxtase. É o amor louco.
Muito antes de "Shame" e "Ninfomaníaca" vários outros filmes exploraram o lado obsessivo e doentio do sexo. Um dos mais famosos e polêmicos de todos os tempos é essa obra de Nagisa Oshima que foi inspirada numa história real. A relação entre Sada e Kichizo chega a níveis tão extremos que a certa altura nem querem mais sair da cama, o mundo deles se resume a sexo e sono. Essa rotina começa a se tornar bem cansativa, tanto para o casal quanto para quem está assistindo o filme, o espectador pode se colocar no lugar dos empregados da casa onde a história se passa na maior parte do tempo. Seus patrões pouco se importam com a presença deles enquanto fazem sexo na frente de quem estiver no quarto. Ao contrário do que se alardeou na época do lançamento, o filme está muito longe de ser um filme pornô. É um filme belo, triste e com uma fotografia primorosa em tons bem frios e melancólicos. Não é meu favorito do Oshima, mas é um de seus melhores trabalhos sem dúvidas. A cena final ainda impressiona até hoje.
P.S. Nada a ver com o filme em si, mas a primeira vez em que tive curiosidade de assistir esse filme foi na novela "O Mapa da Mina". Não sei se irão lembrar, mas na novela existia a personagem de uma menininha que vivia assistindo filmes proibidos do pai que era interpretado pelo Mauro Mendonça se não estou enganado. Num dos capítulos ela fala de "Império dos Sentidos" e que seria o filme que ela iria assistir naquela noite. Enfim, era só uma lembrança mesmo que quis compartilhar.