A Coréia do Sul enfrenta já a algum tempo uma baixa taxa de natalidade, devido a problemas sociais e até mesmo o perfil atual de seus habitantes. Tempos exorbitantes no trabalho, dificuldades de condições socioeconômicas, estudos e desinteresse dos mais jovens refletem no encolhimento e envelhecimento populacional.

Diante disto, a busca por soluções ou ao menos uma redução de danos vem em sentido contrário, literalmente em franca expansão: o número de clínicas fertilizantes.

Busca por tratamentos In vitro

Entre os anos de 2018 e 2022, houve um aumento de 50% em tratamentos de fertilidade no país, onde se chegou ao número de 200 mil. Isto resultou no seguinte cenário: um em cada seis nascimentos, ocorreram com o auxílio de algum tratamento de fertilidade, como a “in vitro”.

Kim Mi-ae, uma moradora de Seul com 36 anos, relata a surpresa que teve ao procurar uma clínica especializada, tendo iniciado a sua busca em Novembro de 2024:

“Quando eu fui em Janeiro (2025), parecia que todo mundo tinha feito a mesma resolução de ano novo: ter um bebê! Mesmo com horário marcado, esperei mais de três horas!”

Jang Sae-ryeon, de 37 anos, é outro exemplo das mulheres sul coreanas que recorreram ao In Vitro. Moradora da província de Jeolla no sudoeste do país, Jang se submeteu ao tratamento a de 2 anos com 5 ciclos de fertilização. O custo foi de 1,5 milhões de won, cerca de R$6 mil reais.

“Gostaria que as coisas dessem certo depois de apenas uma ou duas tentativas mas para a maioria das pessoas, não é esse o caso. Sem dinheiro, você simplesmente não é capaz de seguir em frente. Essa é a realidade e acho que essa, é a parte mais frustrante” – conta ela.

A média de idade das mulheres sul-coreanas possuem que buscam ter o primeiro filho é de 33,6 anos.

Incentivo governamental e privado

Diante do cenário, o governo têm liberado subsídios para acelerar o número de clínicas especializadas em fertilização. Na outra ponta, empresas estão oferecendo mais dias de licença para tratamentos.

Porém as pressões financeiras e culturais junto a normas patriarcais especialmente pelos mais antigos com a recusa em dividir os cuidados com os filhos, ainda são uma forte barreira para as mulheres realizarem os seus sonhos dentre eles, uma nova formação familiar.