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Expressionismo Alemão – Entre luz e sombra – a importância do Expressionismo Alemão para o cinema de hoje

Expressionismo Alemão: sombras, formas e emoções que moldaram o cinema
  • Categoria: Cinema
  • Publicação: 14/08/2025 14:06
  • Autor: Loide Almeida

Você sabia que o expressionismo alemão é um dos estilos mais reconhecidos do cinema mudo mundial? Muito antes de conquistar as telas, o movimento já havia despontado nas artes plásticas, na poesia, no teatro e até na arquitetura. Sua essência estava na busca por representar emoções internas e estados psicológicos através de imagens distorcidas, contrastes marcantes e atmosferas oníricas ou sombrias.

O que foi 

Estudei o Expressionismo Alemão na Escola Livre de Cinema, com o professor Milton Biscaro, e fiquei fascinada pelas formas geométricas ousadas, pela dramaticidade da luz e pelas narrativas que exploravam o medo, a loucura, a alienação e o fatalismo. Era como se o cinema abrisse uma janela para a alma, revelando seus cantos mais sombrios. Na década de 1920, uma Alemanha ferida pela guerra encontrou nessa estética uma maneira de gritar em silêncio — pintando na tela o medo, a solidão e o desejo de transcendência. Uma verdadeira obra de arte! O expressionismo alemão surgiu na década de 1910, especialmente no período do pós-Primeira Guerra Mundial, quando a Alemanha vivia uma profunda crise econômica e social. A arte expressionista refletia essa instabilidade, trazendo ao cinema cenários inclinados, sombras exageradas, atuações teatrais e tramas carregadas de simbolismo.

Influência no cinema contemporâneo

 O expressionismo alemão deixou marcas profundas na linguagem cinematográfica. O uso dramático da luz, a distorção visual para transmitir emoções e a criação de atmosferas opressivas influenciaram cineastas como Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, Batman), Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno), Terry Gilliam (Brasil) e até o gênero noir de Hollywood. (na próxima matéria falaremos a diferença entre a estética Noir e a estética do expressionismo Alemão).

Mais do que um estilo, o expressionismo alemão foi um espelho da alma de uma época, e continua a inspirar artistas que buscam traduzir emoções humanas através da imagem.

Como disse F. W. Murnau, “o cinema não precisa copiar a realidade, mas criar sua própria realidade.” E foi assim que surgiu um dos estilos mais marcantes da história, onde cada linha torta do cenário e cada olhar perdido do ator pareciam ecoar uma pergunta eterna: o que existe no espaço entre a luz e a escuridão?

Filmes de referência

 O Gabinete do Dr. Caligari (1920), de Robert Wiene – considerado o marco inaugural

Nosferatu (1922), de F. W. Murnau – uma das mais célebres adaptações de Drácula

Metrópolis (1927), de Fritz Lang – obra-prima da ficção científica e da estética expressionista

Fausto (1926), de F. W. Murnau – adaptação visualmente impressionante da obra literária

M – O Vampiro de Düsseldorf (1931), de Fritz Lang – transição para o cinema sonoro, com clima expressionista 


Cineastas marcantes 

F. W. Murnau – mestre da atmosfera e da narrativa visual

Fritz Lang – criador de obras monumentais e visionárias

Robert Wiene – pioneiro do estilo no cinema