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ENTRE NOTAS E DESTINO

BEETHOVEN: O SILÊNCIO QUE VIROU ETERNIDADE
  • Categoria: Música
  • Publicação: 18/09/2025 14:19
  • Autor: Loide Almeida

No dia 17 de setembro de 2025 tive a honra de participar de uma live com Ana Paula Duarte sobre ele, o inigualável Beethoven. Sei que muitos poderiam falar com mais propriedade sobre esse mestre, mas confesso: sua história me fez chorar, rir e me emocionar profundamente.

Foram dias de estudo, filmes, leituras e horas ouvindo suas sinfonias, tentando mergulhar no seu universo. Não sou musicista — embora deseje ser. Mas conhecer Beethoven despertou ainda mais em mim a vontade de aprender a tocar piano, escrever notas musicais e, quem sabe, um dia tocar o mundo com uma canção que leve emoção, como ele fez.

 “Nunca quebres o silêncio se não for para melhorá-lo.”

Ludwig van Beethoven nasceu em 1770, na Alemanha, e desde cedo mostrou um talento impressionante. Seu pai sonhava em fazer dele um “novo Mozart”, mas Beethoven iria além: revolucionaria a música para sempre.

Eis a grande pergunta: como alguém que não ouvia mais os sons do mundo conseguiu criar a música mais universal da humanidade? Sua vida foi tragédia e triunfo ao mesmo tempo. Entre crises de saúde, isolamento e surdez, ele compôs melodias que ainda hoje arrepiam multidões.

 “A música é a revelação mais elevada do que toda sabedoria e filosofia.”

Sem ouvir, confiava na memória musical e nas vibrações do som para criar. Transformava dor em arte, silêncio em eternidade.

 Beethoven foi intenso, inquieto, temperamental. Mas sua música ultrapassava essas barreiras. Sua 5ª Sinfonia começa com as quatro notas mais famosas da história, descritas como “o destino batendo à porta”. Já a 9ª Sinfonia traz o célebre Hino à Alegria, hoje símbolo de fraternidade, união e esperança no mundo inteiro.

“Não existe regra onde há liberdade.”

Ele fez a ponte entre o clássico e o romântico, trazendo emoção, drama, contrastes e temas longos, quase narrativos. Suas obras não eram apenas sons — eram histórias, sentimentos, verdade pura.

 No filme Os Segredos de Beethoven (2006), há uma cena inesquecível: a estreia da 9ª Sinfonia. Beethoven, surdo, rege de costas para o público. Quando a orquestra termina, ele ainda gesticula, alheio ao êxtase da plateia. É preciso que alguém o vire para que veja os aplausos de pé. Ali entendemos que sua música já não lhe pertencia, mas ao mundo.

“A música deve acender o fogo no coração do homem e trazer lágrimas aos olhos da mulher.”

Mesmo diante das limitações, Beethoven mostrou que a arte vai além daquilo que os olhos veem ou os ouvidos ouvem.

Beethoven não escutava a própria música, mas fez com que o mundo inteiro a ouvisse. Dois séculos depois, seguimos aprendendo com ela. 

“Recomendo-vos a virtude: ela, sozinha, pode tornar-nos felizes, não o dinheiro.”

Para mim, Beethoven é força, resiliência, determinação — e fé no dom que Deus lhe concedeu. Ele acreditou em si mesmo, mesmo em meio aos maiores desafios.


LINHA DO TEMPO DE BEETHOVEN  

1770 → Nasce em Bonn, Alemanha.

1792 → Vai para Viena, estuda com Haydn.

1800 → 1ª Sinfonia.

1801 → Sonata Claro de Lua.

1804–1808 → 3ª Sinfonia Heroica, 5ª e 6ª Sinfonias.

1810 → Bagatela Para Elisa.

1814 → Última ópera: Fidelio.

1824 → 9ª Sinfonia (Ode à Alegria).

1827 → Morre em Viena.

“Aplaudam, amigos, a comédia terminou.”

“A arte! Quem pode compreendê-la? Quem pode amar algo que exige tudo?”

 — Ludwig van Beethoven