Análise de Genius - 1ª Temporada Albert Einstein
EINSTEIN, ENTRE O GÊNIO E O HOMEM COMUM – SÉRIE: GENIUS
- Categoria: Análise de Série
- Publicação: 25/09/2025 17:15
- Autor: Loide Almeida

Albert Einstein nunca foi apenas um físico. Foi ícone cultural, voz política, símbolo do gênio criativo e, ao mesmo tempo, um ser humano cheio de contradições. A série Genius: Einstein, primeira temporada da antologia do National Geographic, mergulha justamente nesse terreno: o do cientista que revolucionou a física, mas também viveu paixões conturbadas, exílio, dilemas morais e frustrações familiares.
Albert Einstein nunca foi apenas um físico. Foi ícone cultural, voz política, símbolo do gênio criativo e, ao mesmo tempo, um ser humano cheio de contradições. A série Genius: Einstein, primeira temporada da antologia do National Geographic, mergulha justamente nesse terreno: o do cientista que revolucionou a física, mas também viveu paixões conturbadas, exílio, dilemas morais e frustrações familiares.
O mérito está em humanizar um nome que, muitas vezes, parece inalcançável. Como destacou um espectador brasileiro, “a série me levou a ter um olhar mais humano do Albert, não só como cientista, mas como pai, esposo, filho e amigo”. Ao mesmo tempo, há quem critique os exageros: cenas íntimas excessivas, simplificações da ciência e algumas licenças criativas que deixam dúvidas sobre a fidelidade histórica. Pesquisadores já apontaram, por exemplo, diferenças entre a forma como a série retrata a filha de Einstein e registros biográficos documentados.
Esse tensionamento entre rigor e drama é comum em obras audiovisuais biográficas. Mas abre uma oportunidade interessante: discutir até que ponto a ficção ajuda (ou atrapalha) na compreensão pública da ciência. A série cumpre bem o papel de aproximar o público da figura humana de Einstein, ainda que sacrifique parte da complexidade de suas descobertas teóricas.
No Brasil, a história de Einstein também tem capítulos curiosos. Sua visita em 1925, celebrada recentemente pelo Observatório Nacional, mostrou como a presença de uma celebridade científica causava impacto não apenas na academia, mas também na sociedade. Einstein foi recebido como estrela, mas também enfrentou resistências e incompreensões.
Entre o mito e o homem, Genius ajuda a revelar que o gênio também erra, se apaixona, duvida, foge, recomeça. Para quem gosta de ciência, é um convite a olhar além das equações. Para quem gosta de história, é a chance de revisitar o século XX com uma lente íntima. Para todos, talvez seja o lembrete de que, mesmo cercado de fórmulas e teorias, Einstein também buscava respostas humanas, tão complexas quanto as do próprio universo.
E, nessa minha busca, fui atrás do que pesquisadores e críticos disseram sobre a série. Descobri que Genius não apenas revela o lado íntimo de Einstein, mas também destaca a grandiosidade de um homem que revolucionou a ciência com sua curiosidade insaciável. Encontrei trabalhos acadêmicos e monografias que citam a série em contextos educativos, mostrando como ela tem sido usada em sala de aula para discutir representação histórica e até o ensino da física. Esses mesmos estudos, no entanto, apontam divergências entre a narrativa televisiva e a biografia, sobretudo em pontos ligados à família e à filha de Einstein. Mas é preciso lembrar: trata-se de uma obra de ficção inspirada no célebre cientista.
Nos jornais brasileiros, como IstoÉ, Estadão e Veja, a recepção também foi calorosa quando da estreia. O Estadão, por exemplo, entrevistou Geoffrey Rush, que falou sobre o desafio de dar vida a um Einstein humano, mais próximo e complexo do que a imagem pública de “gênio distante”. As matérias jornalísticas até mencionam historiadores ou especialistas, mas ainda não encontrei uma análise de historiador da ciência que cravasse: “isso está correto, isso está equivocado, isso ficou de fora”.
No fim das contas, talvez isso nem seja o mais importante. O que permanece é o legado de um homem brilhante, cuja inteligência e inquietação continuam nos ensinando até hoje.
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