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Deepfakes e IA: como a educação prepara cidadãos para o uso ético da tecnologia

  • Categoria: Inteligência Artificial
  • Publicação: 27/10/2025 21:53
  • Autor: matêus reis
Formação acadêmica superior ganha papel estratégico na era da IA: preparar profissionais para lidar com dilemas éticos, jurídicos e sociais das tecnologias emergentes

A disseminação de conteúdos manipulados e o surgimento das deepfakes — vídeos, áudios e imagens alterados por inteligência artificial para simular pessoas ou situações reais — colocam a sociedade diante de um cenário complexo de desinformação e perda de confiança nas fontes digitais. Embora a IA traga benefícios em diversas áreas, também aumenta os riscos de uso indevido de informações e exige atenção crítica de cidadãos e profissionais.

Levantamento da EY Brasil (2025) aponta que 92% dos brasileiros afirmam ter utilizado IA de forma consciente nos últimos seis meses, e 64% acreditam que seus benefícios superam os riscos. Ainda assim, o país enfrenta o desafio de formar cidadãos capazes de usar essas tecnologias de maneira ética e crítica, especialmente em regiões como o Nordeste, onde apenas 19,8% da população possui habilidades digitais básicas, segundo dados da Anatel de 2023.

Nesse contexto, instituições de ensino superior assumem papel central na formação de profissionais preparados para lidar com os impactos da IA. Disciplinas específicas, programas de atualização, pós e mestrados voltados à governança da tecnologia e às implicações éticas e regulatórias no acesso à Justiça têm contribuído para desenvolver competências críticas, técnicas e éticas, preparando estudantes e sociedade para os desafios do mundo moderno.

Diogo Guanabara, gestor e coordenador de Inovação e Projetos Especiais da Faculdade Baiana de Direito e Gestão, destaca a necessidade de ampliar o alcance do conhecimento além da sala de aula. “A academia tem papel central na formação para o uso ético da inteligência artificial. Cabe a ela fomentar senso crítico, responsabilidade e visão humanista, equilibrando inovação e proteção de direitos fundamentais”, afirma.

Guanabara, que também atua como Consultor Jurídico em Direito Digital e Proteção de Dados, reforça que a IA não deve ser vista apenas como uma ferramenta técnica. “A velocidade das inovações exige atualização constante de professores, alunos e materiais. É fundamental envolver diferentes áreas do conhecimento — Direito, tecnologia, comunicação e psicologia — para enfrentar o problema de forma completa”, explica.

Com vídeos e áudios falsificados circulando com facilidade, o debate sobre alfabetização digital torna-se urgente. Marcus Seixas, advogado e docente da Baiana de Direito, afirma que a sociedade ainda carece de preparo para enfrentar os riscos. “Deepfakes e sistemas de geração automática de conteúdo exigem alfabetização digital profunda. É preciso saber identificar manipulações, compreender algoritmos e reconhecer construções sintéticas da realidade”, observa.

Seixas alerta que o Brasil ainda está em fase inicial de adaptação às novas formas de manipulação digital. “Embora a população adote rapidamente novas tecnologias, a alfabetização digital não avança no mesmo ritmo. Há quem não tenha acesso regular à internet ou ao letramento digital básico, o que aumenta a exposição à desinformação e campanhas que exploram a falta de repertório tecnológico”, completa.




Faculdade Baiana de Direito e Gestão
Criada por professores e juristas baianos, a instituição é dedicada exclusivamente ao ensino jurídico. Com matriz curricular inovadora e rigor pedagógico, alia tradição e modernidade na formação de profissionais. Reconhecida pelo conceito máximo (5) no MEC e pelo Selo OAB Recomenda, oferece estágios, convênios e tecnologia de ponta, com corpo docente formado por mestres e doutores. Ao longo de quase duas décadas, mais de 93% dos egressos foram aprovados no Exame da Ordem. Ética, inovação e compromisso social orientam sua trajetória desde a fundação.