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Elvis Presley: O Prisoneiro do Rock

Exatamente (08/01/2025), Elvis Aaron Presley, sim, o eterno "Rei do Rock", estaria completando 90 anos.
  • Categoria: Música
  • Publicação: 09/01/2025 08:42
  • Autor: Ricardo Corsetti
Mas, sem dúvida, a ausência corpórea deste ícone supremo, não apaga ou mesmo reduz, sua importância para a popularização de um novo gênero musical que, naquele momento (meados da década de 50), começava a espalhar, discretamente, as primeiras faíscas de um estilo que iria, literalmente, "mudar o mundo".

Muito se discutiu e ainda hoje se discute, sobre se Elvis realmente merece ostentar o título de "O Rei do Rock", visto que diversos artistas negros, ultra-talentosos, tais como: Chuck Berry, Little Richard, Fats Domino, Bo Didley, Rosetta Tharpe, etc; já estavam, há alguns anos, praticando, antes de seu surgimento.

Nesse quesito, há até o famoso rap do Public Enemy "Fight the Power", cuja letra diz: "Pra você, Elvis pode ser o Rei, mas pra mim, ele é só mais um branco racista.

Polêmicas à parte, uma coisa é certa e praticamente, indiscutível: Elvis pode até não ter, propriamente, criado nada. Mas foi o autêntico "catalizador" que permitiu que este até então, "rebelde e profano" estilo musical, adentra-se aos lares das famílias brancas de classe média, ou seja, os "cidadãos de bem" à norte-americana, talvez jamais conhecessem e dançassem ao ritmo contagiante e selvagem do rock n' roll, graças ao seu carisma, presença de palco marcante e molejo nas cadeiras que, inclusive, o levou a ser apelidado como "Elvis, The Pelvs". 

A essa altura, creio que seja inevitável surgir a seguinte pergunta: E como um garoto branco e originalmente, loiro, inclusive, iria ter descoberto assim, com tamanha facilidade e rapidez, esta "música do diabo", ouvida anteriormente, apenas por negros em seus guetos e bairros próprios.

Nesse sentido, o filme "Elvis" (2022) do diretor australiano Baz Luhrmann, apresenta a seguinte explicação à tal questão: o pai de Elvis - Vernon Elvis Presley, era, digamos assim, um sujeito adepto de práticas não muito lícitas e, certa vez, ao tentar adulterar o conteúdo de um cheque emitido por seu patrão e empregador, acabou sendo preso, ficando 8 meses na cadeia; período durante o qual, o então pequeno Elvis e sua mãe, foram morar com os avós paternos do garoto. Em seguida, quando o papai Vernon, foi liberado, Ele, Elvis e sua Mãe, foram morar num bairro bastante periférico e humilde, onde a população de moradores, aliás, era eminentemente negra. 

Dessa forma, portanto, por uma série de acasos do destino, aquele garoto loiro e de olhos azuis, por intermédio de seus novos coleguinhas de bairro, descobriu a música negra, na forma de blues, gospel, etc; frequentando as igrejas e também as "casas de tolerância" do bairro.

Algum tempo depois, já adolescente e tentando uma carreira musical (inicialmente no county, inclusive), Elvis acabou conhecendo o empresário artístico, conhecido como "Coronel" Parker que, conforme hoje é notório, apesar de seu mais do que discutível caráter, em grande parte, foi responsável pela longevidade e explosão da carreira do eterno Rei.

E no decorrer de tudo isso, a icônica Priscilla Presley também marcou presença na trajetória de Elvis, sendo, apesar de todas as polêmicas e controvérsias que permearam esse relacionamento.
Vida longa ao Rei, que, mesmo em sentido metafórico, como todo monarca verdadeiramente amado por seus súditos, será sempre eterno.