Baseado em obra autobiográfica de Marguerite Duras, o filme é ambientado nos anos 20, Vietnã, onde uma garota, filha de colonos franceses em dificuldades financeiras, envolve-se com um chinês rico e bem-sucedido, muito mais mais velho do que ela. Tudo começa a partir de uma carona que ele lhe oferece em sua limusine. A tórrida relação que nasce entre os dois é alvo do forte preconceito da sociedade, que não aceita a diferença de idade existente entre eles, muito menos a de classes sociais, o que acaba interferindo no relacionamento do casal.
Carregado de beleza e sensualidade extremamente poética e tórrida, "O Amante" do cineasta Jean Jacques-Annaud, é um daqueles filmes que sempre que tenho oportunidade gosto de rever. A química impecável e as cenas eróticas entre Jane March e Tony Leung Ka Fai são mais do que um chamariz para o público, elas evocam além da luxúria e do prazer, são um tapa na cara da sociedade hipócrita, a mesma sociedade que condena o amor entre os dois. A narração sempre com um tom sutilmente melancólico e a fotografia em cores mais frias complementam o que a obra de Duras quer passar. Para quem está acostumado com aqueles típicos romances totalmente previsíveis, "O Amante" talvez não seja indicado para você, o sabor agridoce da obra dificilmente sairá tão rápido de suas lembranças, além da trilha sonora extremamente sensível e romântica. Um excelente filme, cujas duas horas passam voando.