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Christophe Honoré - Um Quase Gênio do Novo Cinema Francês

  • Categoria: Cinema
  • Publicação: 06/05/2025 18:58
  • Autor: Ricardo Corsetti
Uma coisa é fato: o diretor/roteirista francês Christophe Honoré, foi absolutamente genial, ao compor sua trilogia composta pelos ótimos: "Em Paris" (2006), "Canções de Amor" (2007) e "A Bela Junie" (2008 - em destaque no poster acima), precedida por seu também muito bom, filme de estreia: "Minha Mãe" (2004). Obs: merece destaque também, seu longa posterior à citada trilogia (e seu último trabalho realmente relevante, aliás): "Não, Minha Filha", Você Não Irá Dançar" (2009). Depois disso, sinceramente, Honoré "perdeu a mão", sobretudo como roteirista... Mas, agora falando especificamente sobre o ótimo "A Bela Junie" (2009), estrelado por seu eterno "muso", Louis Garrel e pela então, pra não perder o trocadilho, jovem e bela Léa Seydoux, naquele momento, uma espécie de "nova Anna Karina"; sim, a musa suprema da Nouvelle Vague francesa, explorando, sobretudo, sua beleza e incrível habilidade de, digamos assim, ser absolutamente hipnótica em frente a uma câmera. Obs: anos depois, como em "Azul É A Cor Mais Quente" (2013), por exemplo, Léa Seydoux se desvincularia dessa imagem de "jovem clone de Anna Karina", mostrando muita personalidade e real talento dramático. Obs 2: ainda sobre Anna Karina (1940-2019), há claras menções a ela, no filme em questão, como, por exemplo, na cena em que seu nome aparece pichado na parede do colégio, onde boa parte da história se desenrola. Quanto a Louis Garrel (filho do veterano diretor Philippe Garrel, a propósito), sem a menor dúvida, sobretudo graças a esta já longa parceria com Honoré, logo se tornaria o grande "muso" do cinema francês contemporâneo. Obs 3: a forma como o diretor/roteirista (Honoré) trabalha as diversas subtramas do filme, com muita naturalidade e um imenso frescor narrativo, realmente, é algo que poucas vi, sobretudo num filme francês. Obs 4: as referências e até mesmo, reverência à Nouvelle Vague de Godard, Truffaut, Rohmer, etc; estão, é claro, aqui presentes, mas, ainda assim, "A Bela Junie" tem (e muita) personalidade. Ah, que saudade do Honoré dessa fase...