Os 10 Melhores Filmes dos Anos 80
- Categoria: Cinema
- Publicação: 20/05/2025 20:56
- Autor: Ricardo Corsetti

1) "Dublê de Corpo" (Body Double - 1984), Dir. Brian De Palma. Os anos 80, sem dúvida, representam o apogeu do cinema do mestre De Palma. Afinal, nessa mesma década, ele lançou uma série de obras-primas incontestáveis, tais como: "Vestida Para Matar" (1980), "Scarface" (1982) e "Os Intocáveis" (1987), por exemplo. Mas, nenhuma dessas jóias é capaz de superar ou mesmo igualar a originalidade e criatividade de "Dublê de Corpo". O filme é capaz de mesclar, com inacreditável eficácia e fluência narrativa, elementos do suspense hitchcokiano (eterna referência do diretor ítalo-americano), do giallo e slasher italianos, linguagem pré-videoclipe, numa longa sequência ao som de "Relax" do Frank Goes to Hollywood e no meio de tudo isso, ainda parodiar e, de certo modo, satirizar, a linguagem teatral, em determinado momento. Obra de gênio. Oh, saudade, daquele De Palma oitentista...
2) "A Hora do Pesadelo" (Nightmare On Elm Street - 1984), Dir. Wes Craven. Do início de carreira, em 1971, com o ótimo exploitation de baixíssimo orçamento "Aniversário Macabro", passando pelo clássico slasher em "Quadrilha de Sádicos" (1974), até simplesmente "recriar" e revigorar o subgênero Slasher, ao criar o, digamos assim, "slasher sobrenatural" com o excelente "A Hora do Pesadelo", em 1984 (com efeitos especiais práticos que funcionam e impressionam até hoje), eis a sensacional trajetória do grande e saudoso Wes Craven
3) "Nostalgia" (Nostalghia - 1983), Dir. Andrei Tarkovsky. Um dos mais belos filmes do mestre supremo do cinema soviético. Planos longos e sutis movimentos de câmera (marca registrada do cineasta em questão), além, é claro, de uma fotografia que é uma verdadeira pintura. Obs: É cinema para poucos, mas, para os destemidos, a recompensa é certa.
4) "Fome de Viver" (The Hunger - 1983), Dir. Tony Scott. Simplesmente, um primor em termos técnicos. Direção inspirada que utiliza elementos da linguagem publicitária (origem da genial dupla de brothers britânicos, Tony e Ridley Scott) e também da ainda praticamente nascente linguagem do videoclipe. Filme esteticamente perfeito. Obs: destaque para a diva suprema, a sempre bela e gélida Catherine Deneuve, vivendo, sem dúvida, a vampira mais elegante e charmosa da história do Cinema. E também para a ótima e climática trilha sonora, com destaque para a icônica e inesquecível cena de abertura, ao som de "Bela Lugosi Is Dead" da banda britânica Bauhaus.
5) "Um Lobisomem Americano Em Londres" (An American Wolfman In London - 1981), Dir. John Landis. Sem a menor dúvida, o grande destaque do filme, é a maquiagem e efeitos práticos de transformação do protagonista (que funcionam e impressionam até hoje), a cargo do inigualável mestre Rick Baker. Obs: não por acaso, após ver o filme em questão, o jovem astro da música em ascensão, um tal de Michael Jackson, tratou de imediatamente convidar a dupla Baker/Landis, para ficarem responsáveis pela execução técnica do videoclipe da faixa de abertura do álbum "Thriller", em 1983. E aí, o resto é história...
6) "A Lei do Desejo" (La Ley Del Deseo - 1987), Dir. Pedro Almodóvar. Sensacional e impagável representante daquilo que eu chamo (no melhor sentido do termo, é claro) de a "fase selvagem" de Almodóvar. Genial misto de homenagem/sátira à linguagem típica do melodrama, desde os clássicos filmes espanhóis estrelados por Sarita Montiel, até o melodrama hollywoodiano de Douglas Sirk. "A Lei do Desejo" é pura e deliciosa anarquia; contando com um ainda jovem Antônio Banderas (muito antes de sua insossa carreira no cinema norte-americano), mostrando uma veia cômica e sex appeal de primeira. Destaque para a impagável cena em que a diva Carnem Maura, fuma, com extrema naturalidade, em frente a um altar, enquanto ela e sua sobrinha na trama, rezam para a Virgem Maria. Ah, que saudade do selvagem e anárquico Almodóvar Almodóvar dos anos 80, capaz de produzir obras-primas em termos de provocação e real desconstrução dos "bons costumes", em pérolas supremas como: "Maus Hábitos" (1983), "Que Fiz Eu, Pra Merecer Isto?" (1984), "Matador" (1986), "Mulheres À Beira De Um Ataque de Nervos" (1988) e, claro, o genial "A Lei do Desejo" (1987). Muito antes de sua insossa e bem comportada fase atual...
7) "Touro Indomável" (Raging Bull - 1980), Dir. São Martin Scorsese. Scorsese, sem dúvida, alcança aqui a consagração de seu estilo, caracterizado (desde "Caminhos Perigosos", 1973), pela violência estilizada (praticada por personagens à margem do "american deram") e ausência de maniqueísmo (coisa muito rara em termos de cinema norte-americano) em relação às atitudes e escolhas de seus personagens. Destaque para as excelentes atuações de Robert De Niro (protagonista) e Joe Pesci.
8) "Eu Vos Saúdo, Maria" (Je Vouz Salue, Marie - 1985), Dir. Jean-Luc Godard. Filme "profano" do sempre polêmico (e genial) Godard, onde, basicamente, a icônica Virgem Maria é retratada como uma típica adolescente oitentista, vivendo os dilemas da descoberta do aflorar de sua sexualidade e José (sim, ele mesmo) é retratado como um taxista, rejeitado por sua jovem amada (rs). Obs: a narrativa fragmentada e absolutamente não-linear (tipicamente godardiana), pode até já não ser novidade e, em alguns momentos, soar um tanto cansativa; mas o poder incendiário desse filme, se comprova por uma história real, que me foi contada por um professor da época em que eu cursava Ciências Sociais na PUC-SP: Quando ele ainda era aluno da referida faculdade, por volta de 1989, ele e alguns colegas, tiveram a ideia de fazer uma exibição de "Eu Vos Saúdo, Maria", numa cópia em VHS, no auditório da PUC. Resultado: ao saber do fato, a reitoria da faculdade (na época, ainda constituída por padres), simplesmente chamou a polícia, para por fim à sessão. Precisa dizer mais alguma coisa? Rs
9) "Um Tira da Pesada 2" (Beverly Hills Cop 2 - 1987), Dir. Tony Scott. Sim, claro, o impagável personagem Axl Foley, bem como o estilo de atuação único de Eddie Murphy, calcado em muito improviso cênico, nascem no primeiro filme de 1984, além, é claro, da renovação do gênero policial, flertando com a comédia, etc. Porém, nessa sequência de 1987, a direção com precisão "cirúrgica" do saudoso Tony Scott, realmente faz toda a diferença. Destaque também, para um dos mais marcantes temas (canções) da história do Cinema: "The Heat Is On" de Glenn Frey.
10) "Terror Nas Trevas" (The Beyond - 1981), Dir. Lucio Fulci. Um dos filmes precursores do subgênero "Gore" (ao menos na Itália) ao lado do igualmente sangrento e "com tripas à mostra" - "Buio Omega" (1979) de Joe D'Amato. Obs: sim, é evidente que eu também amo a "cabecice" do cinema de autor francês, italiano, soviético, etc; mas, em alguns momentos, é preciso fugir um pouco à "ditadura do bom gosto", não é mesmo?
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