O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma proclamação oficial instituindo uma taxa anual de US$ 100 mil para pedidos do visto de trabalho H-1B, amplamente utilizado por profissionais estrangeiros especializados que buscam emprego nos EUA. Essa mudança representa uma das alterações mais drásticas no programa H-1B, que é bastante disputado, especialmente por empresas do setor tecnológico.

Atualmente, as empresas pagam uma taxa de inscrição na loteria de US$ 215 e uma taxa adicional de US$ 780 para submeter a petição do trabalhador especializado. Com a nova medida, será exigido um valor significativamente maior, impactando substancialmente o custo para as empresas utilizarem esse programa.

As maiores afetadas por essa alteração deverão ser as gigantes de tecnologia, que dependem muito do H-1B para contratar talentos estrangeiros. Em 2025, empresas como Amazon lideraram o número de aprovações de vistos, com mais de 10 mil vistos concedidos. Microsoft e Meta Platforms também receberam milhares de autorizações, mostrando o quanto essas companhias contam com esses profissionais. A notícia levou a uma queda de mais de 5% nas ações de empresas de tecnologia, como a Cognizant, que têm forte dependência dos vistos H-1B.

Os dados indicam que a maioria dos profissionais que obtêm o visto H-1B vem da Índia, que responde por aproximadamente 73% das aprovações, seguida pela China com cerca de 12%. O programa distribui 65 mil vistos por ano, com uma reserva extra de 20 mil vistos para profissionais com mestrado ou doutorado, com validade inicial de três anos e possibilidade de extensão até seis anos.

O governo justifica que a mudança é necessária para combater abusos no sistema, alegando que o programa tem sido utilizado para substituir trabalhadores americanos e reduzir salários. Autoridades da Casa Branca qualificaram o sistema atual como uma "farsa" e defendem que a nova política priorize a contratação daqueles que ofereçam salários mais altos, em vez de depender da loteria usada anteriormente.

Essa iniciativa faz parte de uma política mais ampla adotada pela administração Trump para endurecer o controle sobre migrantes, incluindo deportações em maior escala e o estabelecimento de taxas adicionais para vários tipos de vistos nos Estados Unidos.