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Análise do filme Lua Sangrenta (1981)

Lua Sangrenta é um filme classudo até demais por se tratar de um slasher.
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 18/01/2025 00:29
  • Autor: Ítalo Morelli Júnior
 As locações são muitos boas, os enquadramentos de câmera, edição e iluminação também, o que o difere de toda a onda de filmes estadunidenses do mesmo gênero e dos próprios trabalhos do diretor, geralmente cafonas devido ao baixo orçamento de sempre. Jess já tinha experiência no Giallo, gênero de terror italiano que impressionou até o mestre do suspense Alfred Hitchcock, mas nada ficou tão bem acabado quanto este Lua Sangrenta, cuja originalidade das cenas brutais compensam o roteiro clichê e cheio de furos. Temos aqui muitas garotas, um serial killer e uma trama igual a ...E não sobrou Nenhum, da escritora Ágatha Christie - esse mesmo livro serviu de base para Sexta-Feira 13 e todos os seus derivados. O culto em torno de Lua Sangrenta é tanto, que o diretor espanhol Pedro Almodóvar inseriu algumas cenas em Matador (1986), um dos seus melhores trabalhos que inspirou, entre outros, o polêmico e picante Instinto Selvagem. E, se procurar com mais atenção, dá pra reconhecer algumas idéias aqui surrupiadas por outro fã confesso, Quentin Tarantino.
É nítido a total segurança de Jess Franco na direção, tudo flui muito bem, totalmente dentro do estilo Jess Franco de fazer cinema. Tão pesado quanto O Exorcista Diabólico (1975) e muito superior a Ela matou em Êxtase (1971), Lua Sangrenta nunca figura entre os melhores slashers da história mas homenageia vários deles, indo de Psicose (1960) ao Massacre da Serra Elétrica (1974), parodiando Halloween (1978) e o próprio cinema slasher feito nos EUA na sequência de abertura, onde o vilão usa uma máscara do Mickey pra cometer seu primeiro crime.